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Archive for Junho, 2009

exchangers 4Com a aproximação do final do Ano Lectivo, chega o tempo dos balanços. Assim, quisemos saber de viva voz, ao cabo de 2 anos e meio de programa de intercâmbios, qual a opinião de alguns dos seus mais activos participantes, agora que terminam o Ensino Secundário. Convidei então para uma entrevista o André Agostinho, o José Pedro Reis, a Márcia Oliveira (que, por motivos pessoais, não pôde estar presente até ao fim da entrevista), do 12ºB, e a Sofia Amaral, do 12ºC.

Todos eles são exchangers experimentados, tendo participado em dois dos três intercâmbios que a escola organiza, quando frequentavam o 11º e no presente ano lectivo.

Como tomaram conhecimento dos intercâmbios?

Tanto a Sofia como o José Pedro tiveram o primeiro contacto com o programa através das respectivas professoras de Inglês, por sinal membros do Clube Europeu. A Márcia e o André, por seu turno, obtiveram a informação através da divulgação de um comunicado lido nas suas turmas.

– O que os atraiu mais na ideia? E qual foi o vosso maior receio?

Todos os entrevistados afirmaram que o gosto de viajar foi um dos factores que os entusiasmaram a candidatar-se a primeira vez. O André e o José Pedro acrescentaram ainda que a princípio os atraiu particularmente a ideia de visitarem um dos países parceiros, embora da segunda vez já tenham ido igualmente pelo convívio, para viajarem com amigos e por curiosidade de conhecerem os colegas do outro país. No caso da Sofia, o primeiro intercâmbio em que participou começou por ser inicialmente um projecto da turma, tendo depois integrado outros elementos de outras turmas.

Quanto a receios, todos são unânimes em afirmar que o que os atraia também era o que em parte receavam – a adaptação à vida em casa de uma família estrangeira, a relação com o colega-parceiro que não conheciam pessoalmente, especialmente quando era o grupo português que viajava primeiro. Mas todos afirmaram que foi algo que durou apenas umas horas, pois todos se sentiram bem recebidos e os receios acabaram por transformar-se em tempo bem passado.

Também referiram algum receio por só poderem comunicar em inglês, mas “porque quem tem boca vai a Roma”, todos acabaram por superar essa dificuldade, acabando alguns mesmo por constatar, como o André, que sabiam “muito mais inglês” do que o que pensavam.

– Já tinham viajado?

Sim, todos os entrevistados já tinham viajado para alguns países europeus, embora sempre acompanhados dos pais, tendo sido a primeira vez que o fizeram nestas circunstâncias.

– O que superou as vossas expectativas? E o que foi pior do que esperavam?

Todos foram unânimes em mencionar o convívio com os colegas portugueses e estrangeiros como algo que superou as expectativas, tendo   o André referido ainda que, especialmente, o último parceiro de intercâmbio superou mesmo as suas melhores expectativas. “É preciso ter um pouco de sorte com o parceiro,” afirmou, “apesar do cuidado que os professores têm escolher uma pessoa com o perfil adequado. Da primeira vez, não tive assim tanta sorte, mas, da segunda, o meu parceiro superou todas as expectativas”.

Nenhum considera as suas expectativas frustradas a qualquer nível, apesar da Márcia referir que um dos programas de um  dos intercâmbios em que participou poder contemplar mais actividades e visitas a mais locais no país onde se deslocaram.

– Qual o obstáculo, dificuldade mais difícil de ultrapassar antes e durante o intercâmbio?

Na sequência dos seus receios iniciais, o maior obstáculo, embora superado mais facilmente do que esperavam, foi a adaptação à vida da família estrangeira e o ter de comunicar todo o tempo numa língua que não era a sua. A Márcia recorda como se sentiu um pouco perdida, aquando da sua primeira participação (ainda por cima tendo viajado antes de receber), no momento em que a sua parceira e a família a levaram do aeroporto, no que foi secundada pela Sofia, embora ambas, ao olharem para trás,  recordem tudo isso como divertido e algo que conseguiram superar.

-Com o passar do tempo, o que é que de mais importante pensam que vão guardar na memória?

Tanto o André, como a Sofia e o José Pedro estão certos que irão recordar, acima de tudo, os seus parceiros de intercâmbio, mesmo os do ano anterior,  e o convívio entre os estudantes nessas semanas em que participaram na actividade.

– E qual a aprendizagem escolar, ou de vida , foi mais importante, na vossa opinião?

O André responde quase de imediato, afirmando que aprendeu mais inglês nessas experiências que em todo o resto da sua vida. Todos reconhecem que após esta experiência se sentem mais autónomos e mais capazes de resolver por si problemas e situações mais inesperadas. Salientam também que sentiram uma nova abertura em relação a outras culturas.

– Lembram-se de algum um episódio que os tenha marcado por ser emocionalmente importante, divertido, etc.?

A Sofia não quer destacar nenhum em especial, afirmando que vai guardar da experiência a recordação das pessoas, dos lugares, das sensações.

José Pedro refere  uma noite, quando regressava a casa com o seu parceiro, o tomar consciência de que estavam ali os dois, sozinhos, numa cidade estrangeira, a milhares de quilómetros de casa, sentindo simultaneamente o prazer da aventura e a responsabilidade de ter de tomar conta de si próprio.

O André preferiu evocar a admiração que sentiu por este seu último parceiro de intercâmbio, dado que todas as suas despesas quando foi hospedado foram pagas com o que o que o seu parceiro foi economizando, trabalhando depois das aulas, nas férias e tempos livres. Para o André, ter tomado conhecimento deste facto  não só o fez admirá-lo e apreciá-lo, como o fez valorizar duplamente o tempo que passou com ele e tudo o que ele lhe proporcionou.

– O que diriam aos vossos colegas mais novos para motivá-los a participar?

José Pedro, rindo-se, lembraria àqueles mais “calões” e que gostam menos da escola, que pode ser uma boa oportunidade de se verem livres de algumas aulas e, ainda por cima, viajarem com os amigos e fazerem outros novos.  A todos diria que constitui uma experiência inesquecível, que ele voltaria a repetir com  muito agrado, dado que lhe permitiu usufruir das coisas de que muito gosta na vida ,como viajar, conhecer pessoas, uma nova “família” e amigos. Tanto a Sofia como o André manifestam imediatamente o seu acordo, acrescentando o André que, para além da participação dos próprios alunos, foi muito agradável os pais se envolverem tanto e poderem, neste programa, partilhar com os filhos a experiência, quer na escola, organizando um jantar convívio com todos os participantes, quer durante o dia da família, convivendo com o aluno parceiro.

– E que conselhos lhes dariam?

O André acha muito importante “entrar no espírito” do intercâmbio desde o princípio, isto é, não ter medo de falhar ao falar inglês, ser aberto e curioso para com novos costumes, comidas, horários, etc., “pois se fosse tudo igual não valeria a pena”. José Pedro reforça esta última ideia, defendendo que é muito importante ter em conta que as culturas são diferentes e é preciso ser tolerante com essa diferença. A Sofia manifesta o seu acordo, mas, com um sorriso, lá vai dizendo que “ter à mão umas bolachinhas portuguesas trazidas de casa para uma emergência, dá sempre jeito”.

– O que acham deste programa em geral e do modo como está organizado na escola?

Tanto o André, como a Sofia, como o José Pedro acham que a existência de um programa de intercâmbios constitui uma mais-valia para a ESDS, estando mesmo convencidos de que alguns dos alunos podem ver nessa possibilidade uma das razões de preferência na escolha da escola. O José Pedro não tem quaisquer reparos ou sugestões a fazer, mas o André e a Sofia expressam opiniões diferentes acerca das regras de frequência das aulas durante o período de visita dos colegas estrangeiros. A Sofia, tendo experimentando as duas situações, afirma que, se os portugueses acompanharem toda a semana os colegas estrangeiros, o espírito de grupo sai mais reforçado, pois há uma maior oportunidade de convívio, o que cria laços mais fortes. Por seu turno, o André, sem duvidar dos argumentos da colega, contrapõe que não ter aulas uma semana inteira pode ser prejudicial para alguns alunos e até dissuadi-los e aos pais de se candidatarem ao programa. Também tendo experimentado as duas modalidades, afirma que a modalidade em que não estão toda a semana sem aulas produz menos perturbação na vida escolar e facilita as coisas, especialmente, porque, como afirma, nem todos os professores demonstram o mesmo entusiasmo e abertura  face à experiência, algo que ele gostaria de ver mudado, achando que os professores do Clube Europeu deveriam tentar sensibilizar ainda mais os outros docentes para as virtualidades desta actividade.

E assim terminou a entrevista, não sem o José Pedro manifestar o seu pesar por não ter podido experimentar o terceiro intercâmbio, perguntando, meio a sério, meio a brincar, se não ponderávamos incluir ex-alunos da escola. Respondi-lhe que tal seria um pouco complicado, mas que fosse já pensando em candidatar-se a uma bolsa Erasmus. A Sofia, ao ouvir a observação, riu-se, dizendo que já estava a fazer planos para isso. Despedimo-nos então com o meu desejo de mais tarde vir a receber um postal de cada um deles, de alguma cidade europeia, contando as suas experiências Erasmus – obrigado, então, pelo vosso entusiasmo e participação, e cá ficamos à espera do postal, André, Sofia, José Pedro e Márcia!

Entrevista conduzida pelo Prof. Fernando Rebelo

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Aproveitando a semana em que os 27 se preparam para eleger o próximo Parlamento Europeu, a Biblioteca (CR) da ESDS divulgou no seu blog (Bibliblog) uma série de materiais documentais do seu acervo sobre a Europa e a U. E. , abrangendo diversos temas e públicos. Pode dar uma vista de olhos seguindo a ligação abaixo.

bibliblog

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